segunda-feira, julho 18, 2005
As Quatro Rabecas
Todos estamos lembrados que há muitos muitos anos, numa galáxia far far away, cinco Mestres na arte de acariciar o esférico cirandaram pelos relvados de Stromp com o intuito de levar o seu Sporting Clube de Portugal à efémera glória. Glória essa que foi fulminada anos mais tarde por Missé-Missé e outros artistas.
Mas deixemo-nos de devaneios. Esses cinco artesãos do bem jogar nunca foram substituidos no coração dos doentes da bola, cansados que estavam de sofrer coronárias nesses anos oitenta com as carapinhas de João Pinto e Rui Barros e o bigode de Veloso.
Até aos anos noventa. Contra todas as expectativas, porém, foi na agremiação sportiva mais representativa de Barcelos que o mito ressurgiu, ao invés do Estrela da Amadora com Abel Xavier e Calado.
As quatro rabecas de Barcelos vieram substituir os cinco violinos de Lisboa de forma tão eficiente quanto Miguel Castro (vulgo Mielcarski) substituia Jardel ou Domingos no final das contendas mais acesas.
A fúria incontida de Nogueira, os lábios pretos de Mangonga, os olhos cerrados de Camberra e a ironia cilíndrica de Armando fizeram história na bola Lusitana.
Camberra era para muitos o líder das tropas, uma espécie de Yoda, que ensinava de olhos fechados aos seus pupilos a arte de entrar em sintonia com o Lado Bom da Força.
O seu pupilo predilecto era o jovem e pujante Mangonga que, elegante como um negro corcel, serpenteava o seu caminho por entre as defesas mais emperdernidas com a subtileza dum Azar Karadas numa grande área desprotegida.
Cavalgando ao seu lado estava o nobre e leal Nogueira, imponente como uma nogueira e imperial como uma cerveja em Lisboa.
De resto, todos eles sempre apoiados pelo vértice rebelde deste Triângulo de Isósteles, que era nem mais nem menos do que o sempre bem disposto Armando, uma espécie de Frei Tuck (o verdadeiro também lá estava) bronzeado, dando apoio ao seu Robin Hood Barcelense Camberra, que com as três flechas na mão, as enviava volta e meia ao seu alvo de preferência:
As indefesas redes adversárias. Assim se tocava boa música. Salvé Paco Bandeira.
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1 comentário:
nao sabia bem onde colocar esta boa noticia mas aqui vai ao lado de jogadores desse mitico gil vicente onde ele destruiu muitas redes contrarias
http://www.record.pt/noticia.asp?id=804158&idCanal=44
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